Especialista em Diáspora africana fez aula-palestra em que reforçou a necessidade da criação de políticas para o enfrentamento do racismo
A convite da Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial, o professor Nielsen Bezerra, diretor de pesquisa do Museu Vivo São Bento e coordenador do curso de História da Universidade Fabel, fez, nesta quarta-feira, 05/12, a palestra que encerrou as comemorações do mês da Consciência Negra na cidade. O encontro aconteceu no Centro Cultural Mister Watkins. Pós-doutorado em História da Diáspora da África pela York University do Canadá e professor adjunto da Universidade do Estado do Rio (UERJ), o acadêmico apresentou o tema “Uma História não contada”, referindo-se à ausência de registros sobre a trajetória de africanos e seus descendentes em livros, nas escolas e nas discussões de centros de ensino em geral.
O seminário da História da África foi pensado com o objetivo contrário a isso. A ideia foi mostrar como deve se promover uma educação que reconheça e valorize a diversidade, comprometida com as origens do povo brasileiro.
O professor propôs uma reflexão, sobre a necessidade de se repensar o estudo da história africana, de uma forma que ela não aconteça apenas no ensino pelo ensino, mas que seja focada na desconstrução das ideologias racistas que se apresentam em nossa sociedade.
“Além de dar visibilidade a essas questões, o seminário visa dialogar com os participantes e afetar positivamente a forma de pensamento e práticas formativas do público ouvinte”, explicou Cristina Quaresma, secretária municipal de Assistência Social.
Durante as discussões um dos temas abordados foi também a construção de políticas para a superação do racismo. Na visão dos participantes, além de um crime previsto em lei, o preconceito racial é um comportamento incompatível com a ideia de democracia. “Nosso objetivo maior é desenvolver uma sociedade democrática”, afirma Claudio Macalé, coordenador de igualdade racial.