Em alusão ao Dia Nacional do Surdo, atividade contou com a presença de profissionais da educação para debater propostas pedagógicas pela educação bilíngue
No Centro Cultural Mister Watkins, os professores e diretores do município se reuniram para uma palestra sobre Surdez e Caminhos Educacionais. Com início às 14h, o evento foi uma oportunidade para que os profissionais pudessem debater os panoramas da deficiência auditiva e suas definições junto às propostas pedagógicas para promover a educação bilíngue. A atividade aconteceu na última segunda-feira, dia 26 de setembro, em alusão ao Dia Nacional do Surdo.
Logo na abertura, a professora, fonoaudióloga e intérprete, Célia Domingues, deu as boas vindas. Em seguida, foi passado um vídeo com as ações realizadas pelas escolas, ao som de Beethoven. Depois disso, os alunos do 7º e do 8º ano da Escola Municipal Doutor Deoclécio Dias Machado Filho, que fica no Cosmorama, subiram ao palco para uma apresentação emocionante. Em um grande coral, eles abordaram a letra da música A Paz, do grupo Roupa Nova, em Língua Brasileira de Sinais.

A conversa contou com três palestrantes e foi toda acompanhada por intérpretes de Libras. “Ao contrário da educação inclusiva, a educação bilíngue proporciona um ambiente adequado para a oferta de libras. Assim, os surdos não se sentem diferente das demais pessoas. Por isso, temos de refletir sobre as novas metodologias, com aulas visuais. Sem essa análise, a escola e a sociedade continuam produzindo o surdo pelo olhar do ouvinte”, ressalta o professor e intérprete Damião Ferreira. Ao lado dele, estava a licenciada em pedagogia bilíngue Jeniffer Barbosa e a professora Daiane Ximenes, que iniciou sua atuação na rede pública municipal de Mesquita em 2006, com surdos.
O acesso à educação de qualidade é direito de todos. Quem explica melhor sobre esse tópico é a professora e integrante da Secretaria Municipal de Educação de Mesquita, Ilzani Santos. “A instituição do ensino de Libras obrigatório já é uma realidade na legislação vigente, assim como a gente tem português e matemática. A discussão aqui versa sobre os direitos educacionais, mas também precisamos expandir para todas as áreas. O surdo tem direito à acessibilidade em todos os espaços da sociedade”, projeta.

O mês de setembro é lembrado por algumas campanhas. Entre elas está o Setembro Azul, que trata da conscientização sobre a visibilidade dos surdos. A iniciativa carrega a cor azul, que possui uma história comovente e de resistência da comunidade surda. O símbolo vem da época da Segunda Guerra Mundial, quando os nazistas prendiam fitas azuis nos braços das pessoas com alguma deficiência para identificá-las e fazer a distinção entre elas e a população geral.