Um novo caso foi diagnosticado e o tratamento iniciado imediatamente, profissionais de saúde do município informaram a população e verificaram manchas suspeitas
A Secretaria de Saúde de Mesquita realizou nesta segunda-feira, dia 28 de janeiro, uma ação de prevenção e combate à hanseníase na Policlínica Municipal Celestina José Ricardo Rosa, em Santa Terezinha. Embalada pelas comemorações do Dia Mundial da Luta contra a Hanseníase, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o último domingo do mês de janeiro, a equipe promoveu uma manhã de campanha educativa sobre a hanseníase, celebrando o Janeiro Roxo na cidade.
Os trabalhos começaram às 8h, quando os profissionais do programa de hanseníase de Mesquita começaram a captar pessoas com manchas suspeitas na própria policlínica e na rua para a consulta e um exame com um dermatologista hansenólogo. No total, 19 moradores foram atendidos, um deles com resultado positivo para a hanseníase. “Pode parecer pouco dizer que 19 atendimentos foram realizados, mas em uma campanha onde o preconceito e o estigma da doença é tão presente, esse quantitativo é bem expressivo. Principalmente porque conseguimos diagnosticar mais um caso, que já começou a ser tratado na mesma hora”, avalia Kátia Almeida, coordenadora do Programa Municipal de Controle de Hanseníase de Mesquita.
Hoje, o município de Mesquita tem 22 pacientes em tratamento de hanseníase, já contando com o novo caso diagnosticado no Janeiro Roxo. Mas, por ser uma doença silenciosa, é possível que haja outros doentes não diagnosticados na cidade. Por isso, a Secretaria Municipal de Saúde pede que a população fique atenta às informações sobre os sintomas e o diagnóstico. “Quanto antes começamos o tratamento, menores são as chances de transmissão e de sequelas”, alerta Kátia.
O principal sintoma da hanseníase é o aparecimento de manchas que não coçam, não ardem e não doem. Exatamente pela falta de sensibilidade na área, muitas vezes sequer são notadas pelos pacientes. “Há quem veja e ache que se tratam de manchas causadas pelo sol. As de hanseníase não têm sensibilidade, ou seja, se alguém espetar uma caneta ali, o paciente não sente que está sendo tocado”, exemplifica a coordenadora do programa. As consequências da doença, porém, podem ir bem além dessas manchas. “O bacilo de Hansen pode se alojar em um nervo e causar atrofias e até deformidades em pés, mãos, olhos, nariz, céu da boca e outras partes do corpo. A hanseníase tem cura, mas as sequelas que ela pode deixar não têm”, explica.
A hanseníase é transmitida pelas vias aéreas superiores, ou seja, pela tosse, fala, espirro, etc. O tratamento dura de seis meses a um ano, mas já a partir de 72h do início a maioria dos pacientes deixa de transmitir a doença. O Programa Municipal de Controle de Hanseníase de Mesquita funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na Policlínica Municipal Celestina José Ricardo Rosa, na Avenida União 676, em Santa Terezinha. O atendimento para hanseníase é realizado tanto para os pacientes encaminhados por unidades de saúde da cidade quanto para os que procuram o espaço por conta própria. Confirmado o diagnóstico, o tratamento é iniciado e pode, dependendo do caso, ser realizado na unidade de saúde que já atende o paciente, com doses supervisionadas pela equipe do programa.